Games trocam violÊncia gratuita por questÕes mundiais urgentes
13/08/2006

da Efe, em Nova York

Uma nova geração de games vem mostrando que, em frente à tela do computador, nem tudo é sexo e destruição. Novos jogos mostram que também é possível entrar no mundo virtual para encontrar soluções estáveis para os mais urgentes problemas mundiais, como o conflito israelense-palestino.

Conhecidos como "jogos sérios", essas variantes rompem com o estereótipo dos mundos de fantasia habitados por tipos violentos para propor uma experiência inovadora: a de submergir, momentaneamente, o jogador nas crises do mundo real.

Seus fãs são compostos por programadores de informática, ativistas, empresários e representantes de organizações como as Nações Unidas, que apostam nos jogos como ferramentas de comunicação e de mudança social.

O Movimento em Favor de Jogos Sérios (www.seriousgames.org), como é chamado o grupo, procura colocar crianças, adolescentes e adultos na pele de pobres, imigrantes, refugiados e vítimas do terrorismo.

"A geração que cresceu com Super Mario está entrando no mercado de trabalho e na política, e vê estes jogos como outra boa ferramenta para se comunicar", diz Henry Jenkins, catedrático do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MTI).

Os promotores dos "games conscientes", muitos destes gratuitos e com um número crescente de fãs, estiveram presentes, no final de junho, no terceiro congresso Games for Change (Jogos pela Mudança), realizado em Nova York.

Foi apresentada, na ocasião, a nova geração de jogos conscientes, como o "Peacemaker", que desafia os jogadores a assumirem posições nos dois lados do conflito israelense-palestino, com o objetivo de chegar a uma solução pacífica e estável para a região. Desenvolvido por estudantes da Universidade Carnegie Mellon sob o lema de "o jogo para promover a paz", o "Peacemaker" pode ser baixado no site até o final do ano.

Em "A Force More Powerful", jogo criado pelo International Center for Nonviolent Conflict, os ativistas podem se transformar em estrategistas de boicotes efetivos e demonstrações não violentas em prol da democracia, da paz e dos direitos humanos.

De forma semelhante, "The Organizing Game" ensina ferramentas básicas a grupos de resistência para organizar comunidades, e foi utilizado efetivamente por mais de 20 organizações ativistas na Califórnia.

MTV

Outro jogo, a ser lançado entre setembro e outubro, é "Squeezed" ("Espremido"), que transforma os jogadores em "pessoas que fazem trabalhos por um dia" e imigrantes ilegais que lidam com chefes injustos no sul dos Estados Unidos. Desenvolvido por estudantes da Universidade de Denver, no Colorado, o jogo estará disponível na rede universitária da MTV.

A MTV é, de fato, uma das pioneiras no desenvolvimento desta nova geração de videogames.

Seu jogo "Darfur Is Dying" ("Darfur Está Morrendo") põe o jogador na pele de um dos 2,5 milhões de refugiados que lutam para sobreviver na conflituosa zona de Darfur, no Sudão, e os encoraja a tomar ações na vida real.

O jogo já conta com mais de 800 mil usuários desde seu lançamento, em abril, segundo sua idealizadora, Susana Ruiz, para quem "a meta é chegar a essas pessoas que não lêem necessariamente o 'New York Times' ou assistem a um documentário sobre Darfur".

Uma aproximação similar é a do jogo "Pax Warrior", no qual o jogador assume o papel de um enviado da ONU que lida com o genocídio de Ruanda dos anos 90, e que já conta com 250 mil usuários. Em breve, será lançado "Pax Prosecutor", sobre o indiciamento de Slobodan Milosevic por crimes de guerra.

Mas o jogo realmente criado pela ONU é o "Food Force", no qual os usuários lutam contra relógio para salvar milhões de pessoas no mundo contra a fome. O jogo já superou quatro milhões de downloads em apenas 15 meses.

fonte: folha online
edição: equipe cultzone


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