O Brasil conseguiu apenas o décimo lugar no World Cyber Games, uma espécie de olimpíada de games que reúne a elite dos ciberjogadores profissionais --no ano passado, a equipe nacional trouxe o terceiro posto. O WCG 2006, que terminou no domingo, em Monza, na Itália, reuniu delegações de 70 países e distribuiu US$ 462 mil aos melhores e-atletas. Com duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze, a Coréia do Sul saiu vitoriosa na competição, que teve a Rússia no segundo posto, com uma de ouro, uma de prata e uma de bronze. O melhor resultado brasileiro foi o de Gregório Xavier Marinheiro Costa, 22, o "deathgun", que foi premiado com US$ 10 mil pela prata na disputa de Warhammer 40.000: Winter Assault. Boa parte das expectativas, no entanto, estava voltada ao Mibr, time paulistano do jogo Counter-Strike que acabou eliminado na primeira fase. Atual campeão da ESWC, a Copa do Mundo dos jogos eletrônicos, chegou a treinar na Suécia, com um time local, mas a preparação não surtiu efeito. Ao longo deste ano, cerca de 1,2 milhão de jogadores participaram, em seus países, de etapas eliminatórias para o WCG 2006. Apenas 700 deles conseguiram a sonhada vaga para final, que é, mais do que uma competição, uma celebração à chamada cultura gamer. O evento, aberto ao público, oferece uma série de atrações paralelas, de pequenos torneios a festas com artistas locais. Em Monza, os visitantes puderam ter uma prévia dos lançamentos do Xbox 360 e dar uma volta pelo famoso autódromo. Para os ciberatletas brasileiros, foi uma oportunidade única de conhecer e de conversar com jogadores de outros países, com os quais treinam on-line. O esporte eletrônico nacional vem passando por uma renovação cada vez mais constante de jogadores. "A competitividade aumenta a cada ano, então os supostos favoritos ficam pelo caminho, ao perder para os novos que estão aqui", diz Rodrigo Moretz, organizador do World Cyber Games no Brasil, sobre as eliminatórias que decidiram os 15 representantes brasileiros em Monza. Para ele, viver do esporte eletrônico no Brasil ainda é um sonho distante, que envolve um amadurecimento na maneira como o país trata a modalidade e seus representantes. "Além de competir, os ciberatletas poderiam ser utilizados para testar novas versões de games, por exemplo, ajudando na evolução dos jogos e tendo um papel mais ativo na indústria", diz Moretz. No próximo final de semana, muitos dos jogadores brasileiros que participaram do World Cyber Games 2006 estarão no México para disputar um torneio pan-americano, em busca de dinheiro e de estímulos para continuar acreditando que jogar pode ser uma profissão. |