A volta dos vingativos mortos-vivos
29/08/2006 - Jocelyn Auricchio

Numa cidade repleta de zumbis, um fotojornalista luta pela vida num shopping center, em busca de sobreviventes
Dead Rising, game da japonesa Capcom para Xbox 360, é uma verdadeira homenagem aos filmes de terror B. E não se trata de um simples título baseado num filme qualquer, sem vida ou graça. É uma verdadeira celebração da diversão, coisa que deveria estar em todos os jogos de hoje. Em vez de se sustentar numa pilha de clichês limitantes, Dead Rising vai muito além, pegando emprestados elementos de vários jogos e dando a eles um sabor único. E o melhor, toda essa diversão e inovação vem acompanhada de gráficos dignos da nova geração de consoles.

O game conta a história de Frank West, um fotojornalista que tem a missão de descobrir como toda a população de uma cidade foi transformada em zumbis. Ele é deixado por um helicóptero no topo de um mega-shopping center. Em 72 horas, o helicóptero voltará para pegá-lo. Se ele sobreviver, é claro.

No decorrer do jogo, Frank descobre que existem focos de resistência humana dentro do shopping, e aos poucos vai se aprofundando na história.

O enredo vai se desenrolando conforme o jogo avança. As 72 horas do personagem passam de forma acelerada, portanto parte do desafio é administrar esse tempo. A qualquer momento, pode-se olhar o relógio do personagem. Mas esse é o grande desafio do jogo, desviar-se da diversão absurda que é maltratar os “desmortos.”

A violência é totalmente optativa (se quiser, você pode apenas cobrir a história e escapar ileso do shopping), mas é justamente a brutalidade criativa de Dead Rising que faz o jogo tão fascinante.

O maior mérito de Dead Rising é o shopping em si. O prédio, repleto de lojas e ambientes diferentes, é quase como um personagem. Em vez de parecer uma simples simulação, ele é totalmente plausível, com lojas diferentes, cartazes e identidades visuais distintas para cada estabelecimento.

E os itens dentro dessas lojas também são bem diferentes. Esse detalhe é importante, pois praticamente tudo pode ser usado como arma. CDs, colares de pedras, ursos de pelúcia, pistolas d’água, marretas, cabides, fantasias, cortadores de grama, frascos de ketchup, espadas de brinquedo, vasos, bancos, vassouras, espadas, escopetas, carrinhos de supermercado e até caixas registradoras, tudo pode ser arremessado ou violentamente utilizado contra os zumbis. E que alegria é fazer isso. Os itens podem interagir entre si e com o cenário. Por exemplo, numa das lanchonetes você encontra uma frigideira no chão. Ela causa um bom dano nos mortos ambulantes, mas quando colocada no fogão e aquecida, o estrago fica ainda pior.

Conforme você vai avançando no jogo e completando determinadas tarefas, seu personagem vai evoluindo, desenvolvendo novas habilidades, como andar de skate, o que é extremamente útil quando a única alternativa é passar correndo por um corredor infestado de mortos-vivos.

Além das armas, Frank conta com boas técnicas de autodefesa, como artes marciais e luta livre. A clássica voadora na cara, imortalizada em clássicos como Double Dragon, está presente.

E acredite, os zumbis querem muito pegar você. Eles se amontoam nos corredores do shopping e, ao menor sinal de algum vivo, avançam de forma vagarosa mas constante. Apesar de lentos e limitados, eles têm a vantagem numérica: em alguns momentos, centenas deles estarão disputando uma dentada em seu braço. À noite, é ainda pior, eles ficam mais ágeis e fortes.

O game oferece apenas um arquivo de save, o que pode irritar alguns jogadores. E há horas em que as missões obrigatórias são um pouco chatas, especialmente as de resgate. Mas a interação com o ambiente e a destruição em si compensam.

Dead Rising é uma experiência única. Não é perfeito, mas justifica o investimento num Xbox 360. Pelo menos até o Natal, que virá recheado de games.

Ficha técnica:

DEAD RISING - CAPCOM
PREÇO
| R$ 250 (em média)
DETALHES | A versão demo do game está disponível dentro do serviço Xbox Live
fonte: link estadÃo

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