Uma inusitada exposição aberta nesta sexta-feira no "Science Museum", em Londres, propõe a seguinte questão: a história dos videogames representa uma "benção" ou uma "maldição"? Enquanto adultos ponderam os prós e contras da revolução dos consoles, as crianças poderão se divertir com 120 jogos --de Pac-Man a PlayStation. A instigante exposição não oferece respostas fáceis sobre o setor de videogames, cujo faturamento anual, estimado em US$ 25 bilhões, excede o movimento das bilheterias de Hollywood. O segmento conta agora também com eventos como o "World Cyber Games". Os argumentos da exposição são propostos de forma sucinta, em uma série de painéis de informação entremeados aos consoles de videogames. Estudos e curiosidades Os textos em exposição citam um estudo segundo o qual cirurgiões que treinavam seus dedos jogando videogames eram 30 vezes mais precisos e ágeis do que colegas que nunca pegaram em um joystick. Videogames também são utilizados no treinamento de pilotos da Força Aérea norte-americana. Na Califórnia, pesquisadores desenvolveram um videogame para crianças que sofrem de câncer; a heroína do jogo tem que destruir células malignas. Outra pesquisa aponta que as crianças britânicas passam um total de dois meses por ano diante das telas de videogame --agravando a obesidade e a falta de exercícios em um país onde a saúde das crianças é um problema sério. Amsterdã dispõe de uma clínica para os viciados em videogames --o processo de "desintoxicação" dura oito semanas oferecendo terapia de grupo e atendimento individual. Benção ou Maldição? "Estamos criando um país de preguiçosos? Quais são os efeitos psicológicos? Os videogames nos tornam mais violentos? Tudo está aberto a debate", disse à Reuters Gaetan Lee, coordenador de eventos da exposição. Os padrões de jogos também estão mudando. Hoje, a média de idade dos jogadores é de 33, e não mais adolescentes. Além disso, a indústria está buscando atingir um público cada vez mais amplo. Enquanto adultos contemplavam a exibição buscando entender como será o futuro do setor, crianças disputavam os controles. Daisy Chamberlain, 8, brincava feliz com um clássico de Pac-Man. "É muito bom. É fácil de jogar e divertido. Eu gosto dos antigos tanto quanto dos novos", disse ela. |