Numa época em que o erudito é marginal e o pop é hegemônico, falar do bom e velho
Ludwig parece até
anacrônico (
quê que é isso mermo?) vão te chamar de
machoalpha, velho, ultrapassado e etc...
desce até o chão!
Mas é isso! A arte ultrapassa fronteiras, tempos, barreiras, papéis e mídias... não temos até hoje o pintor de Lascaux como o artista mais antigo do mundo? Os caras usavam sangue, excrementos e até materiais inusitados como lápis rústicos para fazer suas obras... e lá no rodapé da caverna deve ter escrito em algum canto: anônimo ... pois preferiu não se revelar, o que lhe geraria uma série de complicações, pois o público da época não era assim vamos dizer, civilizado...
Então para se preservar de algum ataque de ódio, de um dente-de-sabre boladão ou de uma ou outra pedritanazi-roxa, talvez os artistas busquem o não confronto com o poder mesmo e seguem sua vidas felizes. Mas no caso do Ludwig, o pau comia mesmo e seria até chamado de petista se fosse no século XXI, pois não levava desaforo para casa...
Certa vez, como mencionado na rádio Cultura-SP, deixou um nobre desconcertado ao dizer que proprietário de um cérebro, por isso o nome de realeza que carregava... que coisa estapafúrdia para época!!! Quando criou sua sinfonia heróica, foi em homenagem à Napoleão por ter libertado o povo da opressão do Império dos Bourbons de Versalhes, mas quando viu no que o militar havia se tornado, retirou-lhe a dedicatória ( ele havia se declarado imperador da França).
Ou seja, se O bom velhinho estivesse aqui conosco, provavelmente estaria fazendo canções como a sinfonia dos BlackBlocks, e outros hits, como cantando com a Anitta e pessoal do pancadão, pois se é para afrontar o establishment, como diria Obama, this is they guy! / "este é o cara!"
Este mês haverão muitas homenagens para o ídolo da cultura erudita, mas não se enganem, pois ficará só nisso!
