Mostrar uma perspectiva diferente do universo das pessoas com deficiência física e desconstruir preconceitos. Estes são os motivos da mostra de cinema ?Assim Vivemos - 3º Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência?. O festival começou, nesta terça-feira (7), no Centro Cultural Banco do Brasil, e se estenderá até 19 de agosto.
O evento recebeu inscrições do mundo todo. Nesta terceira edição da mostra bienal, foram 243 inscritos de 45 países. Foram 68 as produções nacionais inscritas. Os curadores, Lara Pozzobon e Gustavo Acioli, selecionaram 34 filmes, entre documentários, filmes de ficção e animações. O público poderá assistir a curtas, médias e longas-metragens de diversos países, como Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Grécia, Hungria, Israel, Polônia e Rússia. O Brasil, com sete filmes na programação, tem participação maior na mostra deste ano.
A seleção de filmes compõe um panorama de questões relativas às pessoas com deficiência em diferentes sociedades. Demonstram, sobretudo, o cotidiano de quebrar preconceitos e barreiras. O documentário grego do cineasta Antonios Rellas, ?Nas ondas do Mar Egeu?, é um exemplo de tarefa considerada impossível. O filme mostra como cinco atletas paraolímpicos conseguiram atravessar mais de 150 quilômetros no Mar Egeu, até a Ilha de Milos. Eles, que enfrentam ventos fortes, mar encapelado e tempestades, são aplaudidos pela população dos locais por onde passam.
A curadora Lara Pozzobon imagina que através da arte é possível romper preconceitos. ?A experiência de organizar um festival de filmes com as características do `Assim Vivemos`, que busca promover uma discussão estética cinematográfica, nos mostrou que deslocar as discussões sobre pessoas portadoras de deficiência para um ambiente dedicado à cultura estimula o debate e a formação de novos pontos de vista, além de revelar uma produção fecunda e de alta qualidade nos filmes que abordam esses temas?, relata Lara.
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