Quando os produtores dos estúdios Pandemic prometeram que o jogo de ação "Lord of the rings - conquest" traria uma nova experiência no universo de "Senhor dos anéis", não estavam mentindo. A experiência é nova - mas também é repetitiva e limitada, a ponto de não sobreviver às primeira horas de aventura.
O jogo de ação leva heróis e vilões para o campo de batalha, "conquistar ou proteger" a Terra Média. E é praticamente apenas isso que você vai ter pela frente nas missões: conquistar um ponto X, defender um portão Y, atacar um determinado inimigo. Tudo burocraticamente demarcado por linhas, cronometrado por contagens regressivas e guiado por um narrador irritante.
"Conquest" está disponível para PC, Xbox 360 e PlayStation 3, é produzido pelos estúdios Pandemic e distribuído pela Electronic Arts.
Não foi dessa vez
"Conquest" tem boas idéias, mas são mal executadas. A possibilidade de escolher entre "bem" e "mal" em um universão extenso e a presença de "personalidades" como Aragorn poderiam levar as batalhas a um nível épico, mas o plano fracassa.
Os heróis e os vilões têm praticamente as mesmas habilidades, diferenciando-se mais pela cor das roupas do que por qualquer outra característica. Arqueiros do bem e guerreiros do mal nunca tiveram tanto em comum.
Os seres gigantes entram em cena e conseguem variar o roteiro das batalhas.
Além das quatro classes de soldados (arqueiro, mago, "scout" e guerreiro), você pode escolher, em certos momentos, um convidado de honra: personagens tradicionais da série "Senhor dos anéis", como Frodo e Gandalf, pelo bem, ou Saruman e Nazgul, pelo mal.
O impacto deles na guerra, porém, é pequeno. Apesar de serem naturalmente mais fortes que os soldados "genéricos", falta aos heróis personalidade - justo eles, que poderiam realmente mudar o curso das batalhas e afastar a monotonia.
Invasão de castelos e domínio de pontos de controle são as tarefas mais comuns no começo do jogo.
Cada um no seu quadrado
A frustração maior de "Conquest" vem da vontade de fazer parte de uma batalha épica, seguida das "suspeitas" de que você está restrito aos checkpoints e às áreas demarcadas para cada missão.
Não existe exploração de cenários, nem alternativas estratégicas ou batalhas marcantes. Até mesmo os confrontos on-line, que, teoricamente, seriam o foco e o ponto alto do jogo, acabam obedecendo a um roteiro de ataque-defesa que seria aceitável quatro anos atrás.
Além das campanhas "War of the ring" (pelo bem) e "Rise of Sauron" (mal), estão disponíveis três modos de jogo. "Team deathmatch" é o tradicional mata-mata entre equipes; "conquest" dá a vitória ao exército que dominar mais pontos de controle pelos cenários; "capture the ring" é a versão "capture a bandeira" - são opções focadas em partidas on-line, mas também estão disponíveis para o jogador desconectado.
Sinal do recreio: escada congestionada e um mago tentando acertar o Troll inimigo.Apesar de partir de uma boa idéia, "Conquest" está longe de... conquistar o jogador. Ele poderia, por exemplo, aprender com o refinamento dos jogos de estratégia da série "Senhor dos anéis" (como "Battle for Middle Earth I e II), ou com a ambientação e os combates do RPG "Lord of the rings online". Seria um bom começo.
G1