Após a realização das montagens de "A Filosofia na Alcova" e "Os 120 Dias de Sodoma", baseadas nas obras do marquês de Sade - aristocrata francês que viveu na virada do século XVIII para o século XIX -, a Cia. de Teatro Os Satyros estréia no próximo dia 21 de abril, às 21hs, a peça "Justine", última parte de sua Trilogia Libertina.
"Justine", adaptada e dirigida por Rodolfo García Vázquez, traz no elenco os atores: Andressa Cabral, Erika Forlim, Marta Baião, Carolina Angrisani, Antônio Campos, Danilo Amaral, Diogo Moura, Eduardo Prado, Gilberto Scarpa, Gisa Gutervil, Henrique Mello, Luana Tanaka, Luisa Valente, Marcelo Tomás, Mauro Persil, Robson Catalunha, Rodrigo Souza, Ruy Andrade, Samira Lochter, Tiago Martelli. A peça estará em cena as terças e quartas às 21h.
Trilogia LibertinaOs Satyros vêm trabalhando os textos do marquês de Sade desde 1990, quando encenaram a peça ?Sades ou Noites com os Professores Imorais?, a partir de "A Filosofia na Alcova". O espetáculo ficou um ano em cartaz, provocou polêmicas e recebeu várias indicações a importantes prêmios, como o Prêmio APETESP de Teatro, da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo, nas seguintes categorias: direção, ator, ator coadjuvante, produtor executivo, iluminação e ator revelação.
Em 1992, Os Satyros se transferem para Portugal e reestréiam "Sades ou Noites..." - agora como "A Filosofia na Alcova", título original da obra. A peça faz temporada de sucesso no Teatro Ibérico, em Lisboa, e permanece em cartaz por dois anos.
Além de Portugal, "A Filosofia na Alcova" viajou para França, Inglaterra, Escócia, Ucrânia e Bolívia, e dezenas de cidades brasileiras. Participou de vários festivais, dentre eles Edimburgo, Avignon, Curitiba e Rio Preto. Reestreou em março de 2003, e está em cartaz desde então. Até o momento, a peça foi vista por mais de 100.000 pessoas, em 1.200 apresentações. Recentemente "A Filosofia na Alcova" foi apresentada em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
A segunda parte da Trilogia Libertina, "Os 120 Dias de Sodoma", estreou em maio de 2006. Desde então, realizou mais de 600 apresentações para um público superior a 40.000 pessoas.
Com a estréia de "Justine", a Trilogia Libertina estará em cena 5 dias da semana, de terça a sábado - "Justine", terças e quartas, 21hs; "A Filosofia na Alcova", quinta às 20h30 e sextas às 23h59; e "Os 120 Dias de Sodoma", sextas e sábados, 21hs.
"Justine"Partindo de um estudo profundo da obra do marquês de Sade, e de um resgate crítico das montagens de "A Filosofia na Alcova" e "Os 120 Dias de Sodoma", Os Satyros se propuseram a realizar a montagem de "Justine", concluindo, assim, a Trilogia Libertina.
Para a realização de "Justine", a companhia trabalhou por mais de nove meses com uma equipe de mais de trinta pessoas, dentro dos procedimentos críticos do chamado Teatro Veloz, método de trabalho desenvolvido pela companhia, em todas as etapas do processo criativo, resultando na montagem atual.
No ano em que a Cia. de Teatro Os Satyros completa seus 20 anos de existência, "Justine" vem como o resgate de todo o processo de criação, pesquisa e atuação realizado ao longo dessas duas décadas de trabalho.
Justine, personagem constante nos textos de Marquês de Sade, é a personificação do puritanismo, dos bons modos e da caridade, sendo caracterizada pela ingenuidade perante a sociedade cruel e depravada, retratada por Sade em suas obras. Justine é a contraposição de Juliette, irmã e antagonista da história, que se envolve em depravações, crimes e perversões.
Nas palavras de Contador Borges, poeta, ensaísta e tradutor de "A Filosofia na Alcova" no Brasil, ?Os Satyros mais uma vez têm a ousadia de encarar Sade de frente (ou seria por trás?). Primeiro veio a concepção cênica de "A Filosofia na Alcova" e suas sucessivas belas montagens, desde os anos noventa até hoje. Em seguida o evento não menos audacioso de verter para o palco as aberrações fantásticas de "Os 120 dias de Sodoma". Agora é a vez de "Justine". Enfim, suspiramos, a vítima têm a chance de mostrar a que veio, que o seu não de recusa é no fundo um dispositivo para a afirmação do libertino, adepto cego dos prazeres triunfais do individuo?.
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